Vendido como uma alternativa prática e moderna, os vapes têm se popularizado cada vez mais, especialmente entre os jovens.
Por conta de diversos questionamentos que temos percebido sobre o uso de vapes e cigarros eletrônicos, neste post responderemos as 3 principais dúvidas sobre esses dispositivos.
O que são os vapes
O vape é um dispositivo eletrônico usado para vaporizar um líquido. Foi criado em 2003 e, desde então, seu uso vem crescendo rapidamente nos Estados Unidos e agora também no Brasil.
Os vapes são vendidos com nomes distintos, entre eles cigarro eletrônico, e-cigarette, eCiggy e e-cigar. Além de diversos nomes, também são fabricados em diferentes formatos: desde aqueles que simulam a aparência de um cigarro comum aos que assemelham-se a pen drives e canetas.
Independente do nome e da aparência, em geral o funcionamento dos vapes é o mesmo: esses dispositivos são compostos por uma bateria, um aquecedor e um reservatório para um líquido. Quando a bateria é ativada, o aquecedor aquece esse líquido, vaporizando-o.
Esse líquido aquecido também recebe vários nomes, como juice, essência ou e-liquid. Ele existe em diversos sabores: para você ter uma ideia, existem mais de 8 mil opções de essências disponíveis, desde chocolate, à menta e frutas vermelhas. Essas essências saborizadas podem ou não conter nicotina.
Além das essências saborizadas, também existem líquidos “tradicionais” com nicotina, onde o usuário, ao inalar o vapor, pode simular a sensação de fumar um cigarro tradicional.
Dúvida 1: O vape faz mal para a saúde?
Um dos argumentos que vem sendo difundido é que o uso do vape, por tratar da vaporização de um líquido, não causa problemas de saúde.
A realidade é que diversos estudos apontando que o líquido vaporizado por esses dispositivos contém compostos que podem ser prejudiciais à saúde, como a glicerina, o propilenoglicol, a nicotina — que é uma substância altamente viciante — além de diversos aromatizantes.
A glicerina e o propilenoglicol, presentes no líquido vaporizado, são substâncias que podem causar irritação nos pulmões, além de outros problemas respiratórios. Já a nicotina pode causar dependência e aumentar o risco de problemas cardiovasculares. Além disso, os aromatizantes presentes nos líquidos podem ser tóxicos e causar diversos problemas à saúde.
Além de pistas que alertam para um possível risco à saúde do usuário, não existem evidências científicas suficientes para afirmar que os vapes são seguros a longo prazo.
No Brasil, a venda, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar — vapes, cigarros eletrônicos, e-cigs, etc — são proibidas desde 2009. A proibição se baseou justamente na escassez de estudos que comprovem que é seguro fazer uso de cigarros eletrônicos.
Diante da possível “legalização” dos cigarros eletrônicos, diversas entidades médicas têm se manifestado contrária à ideia: tanto a Associação Médica Brasileira (AMB) quanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) são contra a liberação dos dispositivos, afirmando que o produto é prejudicial à saúde do indivíduo e também à saúde pública.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esteve em um processo de discussão e atualização de informações acerca dos cigarros eletrônicos. O objetivo era reunir evidências técnicas e científicas para embasar a decisão entre manter a proibição ou liberar a comercialização dos dispositivos eletrônicos para fumar. O resultado divulgado pela Agência foi que, por unanimidade, a agência aprovou relatório que manteve a proibição, importação e propaganda dos vapes.
Dúvida 2: O vape é melhor do que o cigarro comum?
Não há evidências que apoiam a afirmação de que os vapes são melhores do que cigarros convencionais. De fato, alguns estudos sugerem que os vapes podem ser tão nocivos à saúde quanto os cigarros.
Isso porque, como comentado acima, as substâncias presentes no líquido dos vapes também apresentam riscos para a saúde de quem as consome.
Aqui estão alguns dos malefícios do consumo dos cigarros eletrônicos:
Podem causar doenças respiratórias
O vapor produzido pelos cigarros eletrônicos contêm partículas que podem irritar os pulmões e causar doenças respiratórios, como asma e bronquite.
Podem causar câncer
O propilenoglicol é um ingrediente comumente usado em cigarros eletrônicos e, embora presente no estado sólido em diversos produtos que utilizamos no dia a dia, não se sabe quais efeitos essa substância no estado gasoso pode causar aos seres humanos a longo prazo.
A principal preocupação quanto à exposição do propilenoglicol é que pesquisas já provaram que esse composto, quando aquecido, pode formar substâncias cancerígenas.
Podem causar problemas de saúde bucal
Os cigarros eletrônicos podem causar gengivite, mau hálito e outros problemas de saúde bucal.
São viciantes
Quanto mais jovem o cérebro, mais suscetível aos efeitos e à dependência da nicotina uma pessoa se torna.
Segundo uma pesquisa do Datafolha, 3% da população acima de 18 anos faz uso diário ou ocasional de dispositivos eletrônicos para fumar. E, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), metade dessas pessoas nunca haviam fumado um cigarro comum.
Dúvida 3: Vapes ajudam a parar de fumar?
Muitos fumantes iniciam o uso do vape com a intenção de deixar de lado o cigarro convencional, acreditando na promessa de que os cigarros eletrônicos, além de mais seguros para a saúde, vão eliminar o vício no cigarro comum.
A verdade é que não há nenhuma evidência científica que comprove que o uso de vapes ou outros cigarros eletrônicos contribuem para que a pessoa deixe de fumar cigarros.
Além de não existirem evidências sobre essa afirmação, em um estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), foi descoberto que o uso do cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes a chance de iniciação do uso do cigarro comum entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil.
Por tanto, não existe um cigarro “seguro”, e o melhor é evitar o hábito de qualquer forma.
Você tem vontade de parar de fumar?
Conte com o apoio da Somed. Sabemos que deixar este hábito de lado pode não ser uma tarefa fácil. Mas você não precisa passar por essa jornada sozinho: diversas pessoas procuram ajuda médica para parar de fumar.
Existem tratamentos seguros que podem lhe ajudar a deixar o vício de lado, substituindo-o por hábitos mais saudáveis e melhorando sua qualidade de vida.