A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) afeta cerca de 6 milhões de pessoas no Brasil, e é uma das principais causas de morte no mundo todo. Ela atinge homens e mulheres, geralmente acima dos 40 anos de idade.
Duas condições são diagnosticadas na pessoa que possui a DPOC: o enfisema pulmonar e a bronquite crônica.
O enfisema é caracterizado pela perda de elasticidade do pulmão, enquanto a bronquite provoca uma inflamação recorrente das vias aéreas. A principal causa de ambas as condições é a fumaça do cigarro.
Dessa forma, é importante concluirmos que não fumar é a principal forma de prevenir a DPOC, e também o primeiro e mais importante passo para o tratamento da doença.
Sintomas iniciais da DPOC
Os sintomas iniciais da DPOC estão relacionados a problemas respiratórios. O mais comum é a tosse com produção de catarro.
Essa tosse geralmente é associada ao tabagismo e, embora o cigarro de fato provoque uma irritação nas vias respiratórias, a tosse com secreção deve ser avaliada cuidadosamente, pois pode indicar a presença da DPOC em seus estágios iniciais.
Um outro sintoma do início da doença é o cansaço. Num primeiro momento, ao praticar exercícios físicos ou fazer atividades mais pesadas é comum existir cansaço acompanhado de falta de ar. A pessoa tende a ignorar, pois ao descansar, esses sintomas são amenizados.
Infelizmente a condição tende a piorar com o passar do tempo, principalmente se não for tratada. Então, o cansaço e a dificuldade respiratória, antes reservados às atividades de esforço, surgem durante as atividades rotineiras, como ao subir escadas ou limpar a casa.
A DPOC nos estágios mais avançados
A DPOC surge de forma lenta e progressiva, com os sintomas iniciais se intensificando e afetando a capacidade pulmonar da pessoa de uma forma irreversível.
Em estados graves, ela provoca fraqueza muscular e a perda de condicionamento físico, a ponto da pessoa se ver impedida de fazer atividades básicas por conta da dificuldade respiratória.
Para caracterizar o grau de falta de ar (dispnéia) em pacientes com DPOC utiliza-se a Escala de dispneia modificada do Medical Research Council (mMRC). Ela estabelece o grau de dispnéia de 0 a 4, sendo:
0 – Dispnéia ao realizar exercícios intensos
1 – Dispnéia ao andar rápido e em subidas leves
2 – Caminhar mais devagar que pessoas da mesma idade e/ou necessidade de parar para respirar enquanto caminha
3 – Necessidade de parar para respirar após caminhar poucos metros, mesmo no plano
4 – Impossibilidade de sair de casa devido a dispnéia
Os graus 1 e 2 representam a DPOC em seu início, enquanto os demais caracterizam a doença em seu estágio mais avançado.
A tosse, outro sintoma inicial, torna-se crônica com o avanço da doença, bem como a produção de secreção “catarro”. Infecções respiratórias, como a pneumonia, também se tornam recorrentes.
Como saber se tenho DPOC?
O diagnóstico definitivo para a DPOC é realizado pelo médico pneumologista, após exame de espirometria e avaliação do histórico clínico do paciente.
A Global Initiative for Chronic Obstructive Pulmonar Disease (GOLD), desenvolveu 5 perguntas para o reconhecimento da DPOC:
- Você tem mais de 40 anos?
- Você é fumante ou ex-fumante?
- Você se cansa com mais facilidade do que outras pessoas da sua idade?
- Você tem tosse todos os dias?
- Você tem catarro todos os dias?
Nos casos de resposta positiva para 3 ou mais perguntas, é considerada a suspeita de DPOC e deve-se consultar com um médico pneumologista para realização de exames e confirmação do diagnóstico.
Portanto, para resumir, os sintomas iniciais da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são: tosse com secreção, cansaço e falta de ar.
Conforme a doença vai avançando, vemos uma piora desses sintomas iniciais, com o surgimento de infecções respiratórias frequentes, impossibilidade de realizar tarefas do dia-a-dia devido a falta de ar e a perda de condicionamento físico.
O diagnóstico precoce e o tratamento contínuo são os dois principais fatores que influem positivamente na melhora da qualidade de vida da pessoa com DPOC.
Se você suspeita que está com algum problema respiratório, consulte um pneumologista para realizar os exames necessários. Em casos de diagnóstico positivo para DPOC, mantenha o acompanhamento médico para monitorar a doença e realizar o tratamento adequado.
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Fontes:
JARDIM, José Roberto; NASCIMENTO, Oliver A. Epidemiologia, Impacto e Tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no Brasil. Revista Racine, p. 32-47.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. “Todos juntos para combater a DPOC”: Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.