O ronco e a apneia obstrutiva do sono (AOS) são problemas que afetam a qualidade de vida de muitas pessoas, interferindo não só no descanso, como trazendo riscos à saúde. Entre as opções de tratamento, os aparelhos intraorais (AIOs) têm se mostrado uma alternativa eficaz e confortável, especialmente para casos leves a moderados de apneia.
Neste artigo que preparamos, vamos entender melhor como estes dispositivos funcionam, suas indicações e diferenças em relação ao CPAP.
O que são?
Os aparelhos intraorais têm o objetivo de manter as vias aéreas abertas durante o sono, facilitando a passagem do ar. Eles funcionam reposicionando a mandíbula e a base da língua, ajudando a reduzir os quadros obstrutivos das vias aéreas superiores. Consequentemente, isso melhora a respiração e evita o ronco.
Esses dispositivos são confeccionados sob medida, o que garante um ajuste perfeito na boca do paciente. Apesar de exigir um período de adaptação e ajustes periódicos, muitos usuários relatam conforto e facilidade no uso, especialmente quando comparados a tratamentos como o dispositivo CPAP (Continuous Positive Airway Pressure – pressão positiva contínua nas vias aéreas).
Indicações
Os aparelhos intraorais são indicados para pessoas que sofrem de ronco ou apneia do sono leve a moderada. Embora se façam associações entre as duas condições, existem diferenças entre elas.
O ronco acontece devido à vibração dos tecidos das vias aéreas quando o ar encontra dificuldade para passar. Além de ser super incômodo, sua ocorrência também pode indicar problemas respiratórios subjacentes, por isso é importante dar à devida atenção e buscar um diagnóstico e tratamento adequado.
Diferentemente do ronco, a apneia envolve pausas na respiração durante o sono. Essas pausas podem causar cansaço excessivo, sonolência diurna e até mesmo aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Os aparelhos intraorais são uma opção para casos leves a moderados, sendo recomendados como alternativa terapêutica ao CPAP quando o uso deste não é viável ou confortável.
Eficácia dos aparelhos intraorais para ronco e apneia
A eficácia dos aparelhos intraorais vem sendo respaldada em estudos, que comprovam sua contribuição especialmente no tratamento de roncos e Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) leve a moderada. Tanto que, em 2006, os AIOs foram recomendados pela AASM (Academia Americana de Medicina do Sono) para estes graus de apneia. Eles costumam ter maior aceitação por parte dos usuários, pelo baixo custo, conforto e facilidade de uso e manutenção.
Em uma tese da faculdade de medicina da USP (Universidade de São Paulo), durante o período estudado, constatou-se uma redução significativa do índice de apneia e hipopneia com o uso de aparelho intraoral monobloco em 80% dos pacientes. Ainda, segundo suporte da literatura científica, os modelos mais eficazes são aqueles que promovem o avanço mandibular (AIOam), agindo sobre a língua e tecidos da faringe para evitar o colapso das vias aéreas
Qual a diferença entre aparelhos intraorais e CPAP?
Embora tanto os aparelhos intraorais quanto o CPAP tenham o mesmo objetivo — manter as vias aéreas abertas —, eles atuam de maneiras diferentes e são indicados para diferentes tipos e graus de apneia.
O CPAP utiliza uma máscara conectada a uma máquina que fornece um fluxo contínuo de ar pressurizado, a fim de evitar o fechamento das vias respiratórias. É o tratamento padrão para apneia moderada a grave e oferece alta eficácia. No entanto, seu uso contínuo pode ser desconfortável para algumas pessoas, principalmente devido à máscara e ao ruído do aparelho.
Já os aparelhos intraorais são considerados menos invasivos, por serem menores, mais discretos e fáceis de usar. Eles são indicados para pacientes com apneia leve a moderada ou que não se adaptam ao CPAP. Como são personalizados para cada paciente, oferecem maior conforto, mas requerem acompanhamento regular para ajustes e manutenção
Como é o diagnóstico para a indicação de aparelhos intraorais?
O diagnóstico de distúrbios do sono, como o ronco e a apneia, geralmente é feito por meio de um exame chamado polissonografia. Ele monitora o sono do paciente, registrando diversos parâmetros, como ondas cerebrais, frequências cardíaca e respiratória, movimentos dos olhos e pernas, e nível de oxigênio no sangue.
A polissonografia pode ser realizada em clínicas especializadas ou, em alguns casos, no próprio domicílio, com o uso de equipamentos portáteis. Com base nos resultados, o médico especialista em sono determina o tratamento mais adequado para cada paciente, levando em conta a gravidade do distúrbio e outras condições de saúde associadas.
Portanto, se você sofre de ronco ou apneia do sono, é importante buscar ajuda especializada, de preferência em Medicina do Sono, para um diagnóstico preciso e tratamento adequado para o seu caso. Agende uma consulta na Clínica Somed e descubra como os aparelhos intraorais e outros tratamentos podem melhorar sua qualidade de vida. Nossa equipe está pronta para oferecer o melhor cuidado para o seu sono!