A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade em adormecer, manter o sono durante a noite ou acordar muito cedo pela manhã, resultando em uma sensação de sono insuficiente e não reparador. Pode ocorrer em pessoas de todas as idades e em geral dura uma ou duas noites, mas às vezes perdura por meses ou até mesmo anos. É mais comum em mulheres e adultos mais velhos.
Quem já sofreu com a insônia, sabe como ela pode perturbar o dia, bem como a qualidade de vida, deixando-o sonolento e com dificuldades de concentração, afetando negativamente o bem-estar e desempenho diários.
Avaliar os aspectos diurnos e noturnos da insônia com ajuda de profissionais capacitados é necessário para o entendimento das causas e para tratar o distúrbio. É preciso pesquisar sobre o ambiente em que se vive, os hábitos de vida, assim como fatores psicológicos, físicos e psiquiátricos que podem estar envolvidos na gênese deste distúrbio do sono, tornando possível o auxílio dos profissionais da saúde.
Tipos de insônia
Insônia transitória
Insônia transitória é a incapacidade de dormir por um período de poucas noites, com duração menor que quatro semanas. Este tipo de insônia geralmente surge em consequência de estresse ou excitação. Crianças, por exemplo, podem ter episódios de insônia precedendo provas importantes ou eventos esportivos. Adultos frequentemente têm dificuldades de sono relacionadas a algum encontro de negócios importante ou após discussões familiares. As pessoas têm maior dificuldade para dormir quando estão longe de casa, especialmente se viajam entre locais de fuso horário diferentes.
Insônia de curta duração
Períodos de estresse no trabalho ou em casa podem resultar em quatro semanas a seis meses de dificuldades para dormir. Quando a situação se resolve, o sono geralmente melhora e retorna ao normal.
Insônia de conciliação
Caracterizada pela dificuldade em adormecer no início da noite. A pessoa pode levar muito tempo para adormecer, mesmo estando cansada.
Insônia de manutenção do sono
Nesse tipo de insônia, a pessoa acorda frequentemente durante a noite e tem dificuldade em voltar a dormir. Isso pode resultar em sono fragmentado e não reparador.
Insônia de despertar precoce
Nessa forma de insônia, a pessoa acorda muito cedo pela manhã e não consegue voltar a dormir, mesmo que não tenha dormido o suficiente.
Insônia crônica
Quase 10% da população sofre de insônia crônica – problema persistente definido pela dificuldade no sono todas as noites ou na maioria das noites, com duração maior do que 6 meses.
Insônia secundária
Esse tipo de insônia ocorre como resultado de outra condição médica ou psicológica subjacente, como dor crônica, distúrbios do humor (depressão, ansiedade), distúrbios do sono (apneia do sono, síndrome das pernas inquietas) ou uso de certos medicamentos. A insônia secundária pode ser resolvida através do sucesso do tratamento do distúrbio primário, seja físico ou psiquiátrico.
Insônia devido a hábitos inadequados de sono
Às vezes, a insônia pode ser causada por hábitos de sono inadequados, como exposição excessiva à luz brilhante antes de dormir, consumo excessivo de cafeína ou álcool, horários de sono irregulares ou ambiente de sono desconfortável.
Insônia “aprendida”
Se você tem dificuldades de sono em períodos de estresse, você pode ficar preocupado com o fato de não estar bem disposto no dia seguinte. Você decide se esforçar para dormir, mas infelizmente seu esforço o deixa mais alerta e faz você se concentrar em assuntos preocupantes, causando perda de sono.
Algumas pessoas têm problemas em dormir na sua própria cama, mas dormem facilmente quando não têm intenção de dormir: lendo jornal, assistindo TV ou dirigindo. Até mesmo poucas noites de dificuldades para dormir no mês podem produzir um ciclo vicioso de sono “ruim” e aumentar a preocupação com esse assunto.
Causas
A insônia causada por uma série de fatores, como:
- predisposição para insônia;
- estresse persistente;
- consumo de estimulantes (cafeína, nicotina, energéticos);
- consumo de álcool;
- horários erráticos e falta de rotina;
- comportamento sedentário;
- uso inadequado abusivo de comprimidos para dormir;
- fatores ambientais que podem influenciar a insônia (barulho, tráfego intenso, luminosidade;
- doenças físicas e psiquiátricas;
- distúrbios respiratórios
- movimentos periódicos das pernas;
- atividade cerebral de vigília persistente durante o sono;
- refluxo gastro-esofágico.
Quando procurar ajuda
Se você tem problemas para dormir há mais de um mês e isso interfere no seu humor e funcionamento do organismo durante o dia, procure seu médico e peça para ser encaminhado para um especialista em distúrbios do sono.
Diagnóstico
O diagnóstico da insônia geralmente é feito por um profissional de saúde, como um médico clínico geral ou um especialista em distúrbios do sono. Doenças respiratórias e distúrbios da atividade muscular são frequentemente confundidos com insônia e devem ser considerados como possibilidade diagnóstica em um grande número de pessoas que se dizem portadoras de insônia.
Para diagnosticar a insônia, o profissional de saúde irá realizar uma avaliação completa, que pode incluir: análise do histórico médico e entrevista detalhada para obter informações sobre seus sintomas; solicitar que o paciente mantenha um registro de sono por uma determinado tempo, com informações sobre horários e qualidade do sono em geral; avaliação dos sintomas relatados pelo paciente e dos fatores de risco; exames como a polissonografia, teste de latência múltipla do sono (TLMS) e teste de manutenção de vigília (TMV).
Com base nessas informações, o profissional de saúde será capaz de fazer um diagnóstico e determinar a gravidade e o tipo de insônia que você está enfrentando. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames adicionais ou encaminhá-lo a um especialista em medicina do sono para uma avaliação mais aprofundada. O diagnóstico adequado é fundamental para orientar o tratamento apropriado e ajudar a melhorar a qualidade do sono.
Tratamentos
O tratamento pode envolver abordagens comportamentais, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicamentos.
A terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) é uma abordagem não medicamentosa que visa identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a insônia. A TCC-I inclui técnicas como higiene do sono, restrição do tempo na cama, controle de estímulos e terapia de relaxamento.
A higiene do sono também é uma opção e envolve a adoção de hábitos e práticas saudáveis relacionadas ao sono. Isso inclui ter um ambiente de sono adequado (escuro, silencioso e confortável), estabelecer uma rotina de sono regular, evitar estimulantes (cafeína, nicotina) antes de dormir, limitar cochilos durante o dia, entre outros.
Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para ajudar a tratar o distúrbio do sono, especialmente se outras abordagens não farmacológicas não forem eficazes. Esses medicamentos podem incluir hipnóticos, sedativos, entre outros que ajudam a induzir o sono. Mas lembre-se: a insônia necessita ser adequadamente diagnosticada e as opções de tratamento devem ser discutidas com o médico antes que o tratamento medicamentoso seja iniciado.
Se a insônia estiver sendo causada por uma condição médica subjacente, como dor crônica, distúrbios respiratórios do sono ou distúrbios do humor, o tratamento dessa condição específica pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.
E por fim, algumas terapias complementares, como acupuntura, meditação, ioga e técnicas de relaxamento, podem ser úteis para promover um sono mais tranquilo e restaurador.
É importante consultar um profissional de saúde, como um médico ou um especialista em distúrbios do sono, para obter um diagnóstico adequado e um plano de tratamento individualizado. O tratamento adequado dependerá da causa subjacente, dos sintomas individuais e das preferências do paciente.
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